INTRODUÇÃO – Uma comunidade intencional
Precisamos viver intencionalmente o evangelho, obedecendo o ide do Mestre. Por isso, essas três ferramentas vão nos ajudar a ter um estilo de vida evangelizador. A ideia não é ensinar passos de sucesso, mas princípios que não precisam seguir, necessariamente, uma ordem para serem colocados em prática. O segundo fio, vai além do relacionamento individual, e buscaremos compreender a importância de apresentá-lo a outros irmãos da comunidade, em contextos que ultrapassem as paredes da igreja.
1º Fio – Construindo Relacionamentos (Mateus 4.19)
Relacionamento e personalidade
O evangelho não é para covardes, mas é para todos: extrovertidos e tímidos. Existem pessoas expansivas que carecem de coragem, enquanto há tímidos que são desbravadores. Seja qual for a personalidade que Deus concedeu, todos são capazes de construir relacionamentos, até mesmo os menos carismáticos, pois o homem é um ser social. Por isso, não é preciso muitas ferramentas pessoais para iniciar um relacionamento, basta ser você mesmo.
Qualidade e quantidade
Jesus atraiu multidões, mas trabalhou com doze discípulos, sendo íntimo de apenas três. Não é preciso muita observação para reparar que a estratégia do Mestre deu certo e as boas novas continuam sendo pregadas em pleno século XXI em vários lugares do mundo. Não precisamos nos preocupar com a quantidade de pessoas que atingiremos, mas sim com a fidelidade da pregação e na formação de qualidade de pelo menos um discípulo. Isso só é possível investindo em um relacionamento dinâmico e sincero.
Comece pelos interesses
Quando Jesus encontrou com alguns potenciais discípulos, eles não estavam falando sobre religião, mas retornavam de um trabalho frustrante: uma pesca sem êxito. O interesse de Pedro e seus sócios foi o ponto de partida para o Mestre iniciar um bom relacionamento. Os nossos interesses, sejam eles profissionais ou mesmo de entretenimento podem ser um excelente começo de uma amizade intencional. Por isso, não podemos desperdiçar os nossos colegas de profissão e amigos com interesses em comum.
2º Fio – Apresentando a comunidade/igreja (Atos 2.47)
Evangelho integral
A tendência de ver a vida com “departamentos” deturpa o entendimento de evangelismo, enxergando-o somente como uma atividade da igreja. No entanto, a história bíblica mostra que as intervenções divinas ocorrem no cotidiano, como o milagre de Jesus em uma festa de casamento (Jo 2.1-11) e o chamado de Moisés enquanto pastoreava as ovelhas de seu sogro (Êx 3.1). Essas e outras histórias nos mostram que a atuação de Deus ocorre em nosso dia-a-dia, enquanto trabalhamos ou nos divertimos. Por isso, não é necessário ter a vida de um obreiro eclesiástico em tempo integral para evangelizar as pessoas.
Atraindo pelo amor
Assim, podemos ampliar nossas formas de evangelismo, transformando-o em um projeto comunitário ao buscar formas de apresentar as pessoas aos nossos irmãos da fé em contextos e situações diversas da igreja e mesmo da célula. Uma das estratégias utilizadas por nossa igreja é o “Dia Global de Evangelização”, no entanto, não precisamos esperar uma data específica para estabelecer essas conexões. Podemos fazê-las de várias formas e em outras situações, como uma ida ao cinema, um jantar ou um lanche em algum, assistindo a um jogo, etc. Como vivemos uma vida integral com Deus, em qualquer dessas situações, podemos fazer com que os não crentes experimentem nosso amor ao ver e participar de nossa comunhão. Dessa forma, aos poucos, inserimos eles em nosso contexto e vivência, ganhando-os pelo amor na comunidade (At 2.42-47).
Projeto comunitário
Quando Paulo estava discipulando a igreja de corinto por meio de uma de suas epístolas, a sua preocupação era mostrar que ninguém experimentava ser um “supercrente” por ter se convertido e aprendido o evangelho por uma ou outra pessoa. Ele diz que plantou, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento (I Co 3.6), ou seja, a apresentação do evangelho foi comunitária, mas quem fez o crescimento foi o Senhor. Enquanto um investe conquistando e preparando o coração, outro complementa com alguma palavra ou gesto até o ponto daquela pessoa ser definitivamente conquistada pelo evangelho, por meio de um convencimento divino. Todos têm uma responsabilidade no processo, não há mérito pessoal ou conquista individual, mas um projeto de amor comunitário em cooperação com Deus (I Co 3.9).
3º Fio – Compartilhar o Evangelho (Efésios 3.10)
É necessário que busquemos uma oportunidade para o compartilhamento do evangelho, que são as boas novas da salvação em Cristo Jesus.
O conteúdo do evangelho
O compartilhamento do evangelho não precisa de um profundo conhecimento bíblico, mas apenas o essencial: conhecer e testemunhar o único caminho, verdade e vida (Jo 14.6) e o amor gracioso que fez Jesus morrer em nosso lugar (Jo 3.16). É claro que não queremos incentivar, com isso, uma negligência quanto ao aprofundamento bíblico e teológico, que se fazem essenciais para evitar que o erro distorça a pregação do evangelho. No entanto, como a mulher samaritana, apresentar Jesus exige somente que o conheça e saiba que ele é a fonte de águas vivas (Jo 4).
A autenticação do evangelho
O reconhecimento de firma em cartório busca confirmar a assinatura de um importante documento evitando fraudes e prejuízo para as pessoas interessadas. Da mesma forma, o evangelho somente soará como verdadeiro se a comunidade de fé para quem a pessoa foi apresentada procurar viver a mensagem que prega. Caso contrário, será como uma “fraude” e causará muitos prejuízos, contribuindo para a dureza no coração de muitas pessoas.
CONCLUSÃO
A dinâmica do Espírito Santo
Nesse processo de pregação e vivência do evangelho, a Igreja precisa compreender o papel do Espírito Santo. Ele convencerá do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), por isso não precisamos discutir ou “defender Deus” ao não convertido, bastando demonstrar, na prática, o amor Dele. Também não precisamos ficar com medo de sermos referências espirituais, pois se buscarmos viver nele, seremos guiados por ele (Rm 8.14), que vivifica a nossa relação com Deus (Rm 8.26-27), confirmando a nossa filiação divina (Rm 8.16). “O Espírito Santo dá existência à igreja por meio da palavra do evangelho. Mediante essa mesma palavra, ele continua a transformar as pessoas para que se tornem menos amantes de si mesmas e mais amantes do evangelho e dos outros”.